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Controlando os controladores

Por Eduardo Fernandes.

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Os Sopranos. Tudo em família.

Alô, como você está? Eu vim votar em SP. E fazer uns favores para a família.

Curioso: ao usar essa frase, automaticamente penso em filmes de mafiosos. Vejam o tamanho da minha formatação cultural.

Acaba que minha tarefa principal é lidar com a burocracia de estar na casa dos outros. É que minha família é um tanto obsessiva. Você vai fazer um arroz e parece que vai cuidar de um reator nuclear: “não toque nisso, cuidado com aquilo, verifique aquele procedimento”. É uma tensão constante.

Meu pai chegava a ser engraçado. Lembro-me de andar pela casa sentindo seu olhar. A qualquer momento viria uma correção: peguei a faca do jeito errado (o que poderia causar um acidente), esqueci de fechar uma porta (assalto), etc. Boas intenções, mas um jeito sufocante de viver.

Obviamente, desenvolvi uma sensibilidade para, como se diria em programação, “If This, Then That”. Foco nos processos, em como as coisas se encadeiam para funcionar e, em especial, o desejo de evitar riscos.

Tanto que, outro dia, me acusaram de “andar nas sombras”, agir como um fugitivo. Em tese, ninguém sabe exatamente o que estou fazendo ou pensando. E não deixa de ser verdade. Vou trabalhar nisso.

Esse tipo de comportamento causa muita insegurança e estresse nos controladores. Porque o desejo de controle é algo sem fim: quanto mais você organiza, mais precisa organizar, mais buracos acha nas regras, mais energia gasta na manutenção do seu estilo de vida.

E, de repente, surge alguém que, aparentemente, segue todos os protocolos, mas parece não acreditar neles. Ou pior: apenas tolerá-los educadamente.

Isso reativa a culpa do controlador. Afinal, boa parte dos controladores teme ser, na verdade, um torturador. Muitos têm a pele extremamente fina. E acabam precisando criar uma parede de justificativas e racionalizações para segurar o peso da sua personalidade.

Enfim, o pessoal aqui é legal. Eu é que sou cheio de teses. Seguem os links da semana, antes que eu invente outras.


A outra hora do diletante #

Diletantismo é legal, ruim ou apenas confuso? Benjamin Erret analisa o fenômeno e conta um pouco da história dessa atitude diante do conhecimento.


Podcast #

Como a sociedade nos sexualiza, no Vox Conversations. Os sofrimentos e desafios cotidianos de ter que gerenciar uma identidade. Em especial quando ela é baseada em conceitos sobre a sexualidade. É um assunto infindável. Quanto mais exploramos, mais questões surgem.


Pessoas e ideias #


Música #


Ferramentas #


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