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Perguntar ofende

Por Eduardo Fernandes.

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Minha nova obsessão durante os almoços é assistir a seriados sobre psicólogos. Comecei com Psi, de 2015, que é, mais ou menos, uma extensão da coluna que Contardo Calligaris tinha na Folha de S. Paulo, cheia de opiniões e verve.

Vi apenas a primeira temporada, até a HBO Max desaparecer com as outras. Daí, parti para In Treatment, de 2010. Essa é bem mais focada em conversas de consultório. Foi assim que achei minha personagem favorita da última semana: Adele (foto acima). Ah, essas mulheres que fazem as perguntas desestabilizantes.

Em tratamento #

In Treatment acompanha o sofrimento do terapeuta veterano Paul Weston. Deprimido, ele sente que não consegue mais ajudar a si mesmo, os filhos e os pacientes. Ao procurar por prescrições de pílulas para dormir, conhece Adele, que vira sua analista. E aí as coisas ficam interessantes.

Adele não deixa uma frase passar despercebida. Paul tenta desqualificá-la e manipulá-la o tempo todo. Mas a terapeuta não perde a calma. Apenas rebate lhe oferecendo mais autoconhecimento.

Fato: tenho um certo fetiche por mulheres, como diriam os gaúchos, “faca na bota” (detalhe cômico: Adele sempre veste botas). Mas o que chamou mesmo minha atenção nela foi a capacidade da personagem de fazer perguntas certeiras.

Perguntas não nascem iguais #

É que, claro, há diversos tipos de perguntas:

Enfim, enfim, enfim. Que raro e fascinante, quando encontramos pessoas como Adele, com suas perguntas míssil.


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