Site do jornalista e roteirista Eduardo Fernandes

Hoje eu só quero rir

[audio src="https://anchor.fm/s/4e33e304/podcast/play/30496481/https%3A%2F%2Fd3ctxlq1ktw2nl.cloudfront.net%2Fstaging%2F2021-3-1%2F88ca0d52-4005-4a67-8258-52a482434bf5.mp3"][/audio] Esquerdistas em Carros Tomando Chimarrão, novo programa da Netflix. José Mujica e Noam Chomsky. Note o arco-íris ao fundo.

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Spotify pra jornalistas

Mês difícil pros jornalistas. Depois que o Medium cancelou suas publicações e convidou as redações a pedirem demissão, o BuzzFeed comprou o HuffPost e despediu cerca de 47 pessoas, a maior parte de jornalistas. The Intercept também informou que, desde que Donald Trump saiu do poder, a quantidade de novas doações ao site esquerdista diminuiu em 50%. Esse fenômeno é mais uma indicação de que estamos no meio de um processo acelerado de mudança civilizatória (o que inclui cultura, política, ambiente, tecnologia e, claro, economia). É que certas profissões nascem, florescem e morrem em conexão com seus “esquemas civilizatórios”. Por exemplo, os monges copistas da Idade Média não eram simplesmente mão de obra especializada. Eles refletiam toda uma visão cultural de onde vinha o conhecimento (Deus e autores clássicos), de como lidar com isso, e qual deveria ser a ética e a atitude de alguém que se dedica integralmente à atividade intelectual. Assim, o jornalista é um produto da Revolução Industrial, dos valores, medos e desejos do Capitalismo nascente. O pensador vigilante da democracia, o Quarto Poder, a “opinião pública”,…

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Linkofobia #05

Entendendo o Elon Musk # A visão do dono da Tesla sobre colonizar Marte, no podcast Tech Won’t Save Us, e ele explica suas próprias visões de mundo no Sway. Por falar em Elon Musk, estou muito interessado em entender esse novo tipo de “intelectualidade bilionária”, que quer definir o futuro do planeta. É fácil ficar no nível do entretenimento e apenas descer a lenha em Musk, Bill Gates, etc., ou se irritar com a atitude do CEO do Twitter perante o congresso norte-americano. Mas é preciso entender que tipo de visão de mundo os bilionários estão estimulando na sociedade. Já cheguei a recomendar o livro What Tech Calls Thinking, de Adrian Daub, que me parece tratar o assunto com a seriedade que ele merece. Mas nunca falei sobre a Logic, a revista que está por trás de uma série de livros, do qual o de Daub faz parte. Pois, então, está recomendado. Vamos experimentar fazer um encontro de áudio ao vivo no canal do Telegram? Tipo um AMA (ask me anything). Pode ser em 01/04, às 19h00. É só…

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Em vez de apoiar, colaborar

Já está claro que o sistema de crowdfunding, de apoio financeiro por parte dos chamados “fãs”, é um tanto estranho. Na prática, ele só funciona pra quem é famoso. E também já está na mira da exploração do Vale do Silício (vide os movimentos do Substack, Twitter, Medium e Facebook pra intervir no mercado de newsletters). Como apenas uma pequena parcela da audiência consegue colaborar financeiramente com os criadores de conteúdo, estes são obrigados a crescer seu público. Então, precisam se adaptar aos métodos e estratégias das corporações de mídia e das redes sociais. E até escolhem temas com potencial de popularidade, o que pode acabar com a diversidade ideológica e artística. Então, se, hoje, ainda não é possível ganhar a vida (mesmo que uma bem modesta) por meio desse tipo de trabalho, vou partir pra outro objetivo: pelo menos cortar custos, de tempo e dinheiro. E sem depender dos serviços supostamente gratuitos da Big Tech. Ando pensando em adotar uma estratégia inspirada pelos ideais open source: quem não pode colaborar com dinheiro, pode querer oferecer tempo e trabalho especializado.

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Eles não conhecem o Bill Murray!

[audio src="https://anchor.fm/s/4e33e304/podcast/play/29935877/https%3A%2F%2Fd3ctxlq1ktw2nl.cloudfront.net%2Fstaging%2F2021-2-25%2F85008c88-447a-fa3e-0a2f-ab17637bdd76.mp3"][/audio] Os diletantes diletam sobre o anti intelectualismo. E sobre não conhecer filmes como O Feitiço do Tempo.

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Perdendo a ingenuidade tecnológica

Tudo (um pouco) diferente na newsletter. É que eu mudei de serviço de entrega. De novo. Do Mailchimp pro Buttondown. “Mas você não acabou de sair do Substack? Quando é que vai parar num lugar?” Resposta sincera? Provavelmente, nunca. Não depois de tudo o que aprendemos sobre tecnologia, recentemente. Explico. A partir dos anos 2010, nos habituamos a usar serviços “gratuitos”. Tudo fácil: é só criar um perfil e usar. De vez em quando, um ou outro aplicativo sumia ou saia da moda (por exemplo, Orkut, Google Reader, MySpace), mas, ok, não faltavam alternativas. Eu chamo essa fase de Primeira Metade do Boogie Nights, quando tudo era só alegria. E, então, na transição pros 2020, veio a Segunda Metade, o excesso e a perda do controle. Aprendemos que – também na Internet – nada é de graça. Assistimos aos hackers e empresas usarem nossos rastros nas redes sociais pra manipular eleições, espalhar desinformação. Até um presidente eleito usou o Twitter pra atacar a democracia. Na “melhor” das hipóteses, as Big Techs foram acusadas de impelir consumo impulsivo. O livro Dez…

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Linkofobia #04

Alô, aqui é Eduardo Fernandes, o ultracrepidarianista mais obstinado da internet. Estes são os links da semana. Não é de agora que tenho uma certa culpa de “fazer curadoria” da Internet. Ouvir o podcast Team Human com Tyson Yunkaporta só piorou a situação. O apresentador, Douglas Rushkoff, (meio que) propõe um estilo mais sustentável e local pra sua comunicação. Talvez eu volte ao assunto em breve. Andei gótico nesta semana. Acabei ouvindo: Mudando completamente de vibe, se você gostava da Lauryn Hill, ouça os australianos do Hiatus Kaiyote. Já aviso que a coisa aqui é bem mais experimental e jazzista. O escritor Mark Bittman, da coluna The Minimalist, do New York Times, conversa com Ezra Klein sobre seu novo livro “Animal, Vegetable, Junk” sobre as contradições do atual sistema de produção de alimentos. A maior parte das notícias sobre tecnologia vêm dos EUA e Europa, certo? Não, se você acompanha o site Rest of World, o The Verge do resto do planeta. Qual é o custo ambiental da crypto arte? Artigo detalhado. A brincadeira já está cara até mesmo em…

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Um ano de quarentena. Cem anos de mutação

Alô, aqui é Eduardo Fernandes, o ultracrepidarianista mais obstinado da internet. Um ano de quarentena. O que um semi eremita, como eu, aprendi nesse período? Realmente, não sei. Na verdade, parece que, hoje, me conecto até mais com as pessoas do que antes da pandemia. Não exatamente interagindo com elas, mas sentindo-me parte de um certo burn out generalizado. Ou melhor: de uma “busca interior” generalizada. Definitivamente, não acredito que possa existir algo como isolamento social – distanciamento físico é um termo mais preciso. É que o COVID-19 nos tirou dos cinemas, dos escritórios etc., mas aumentou a consciência de que a interdependência é um processo muito maior que a aproximação física. Estar hiper multi conectado com diversos fatores mudando o tempo inteiro – esse é o nosso modo padrão. É meio assustador. Mas não há como escapar. Até a flatulência das vacas influencia no aquecimento global (e, portanto, no nosso futuro como espécie). Imagine todo o resto. No entanto, cá estamos nós, reclamando, nas redes sociais, que estamos isolados. E de olho nas estatísticas. É um isolamento com audiência.

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Linkofobia #03

Alô, aqui é Eduardo Fernandes, o ultracrepidarianista mais obstinado da internet. Esses são os links da semana. E que semana. Pra estréia do filme novo de Dzongsar Khyentse Rinpoche, Looking For A Lady With Fangs and a Moustache, em 8/04. Inscreva-se aqui, por US$ 9. The Markup criou uma ferramenta interessante, a Split Screen, que mostra como as recomendações dos algoritmos do Facebook deixam as timelines radicalmente diferentes, de acordo com a orientação política do usuário. Aproveite pra ler a cobertura que o site vem fazendo dos bastidores do Google. Deu no Naked Capitalism: o catastrófico gerenciamento do COVID-19 no Brasil ameaça o mundo inteiro. Quem não gosta de ligatures bom sujeito não é. Acima, Northern Worssley. Abaixo, Acworth (que também tem ligatures, mas não aparecem nessa imagem). Estive na China em 2016, mas era um completo ignorante a respeito da culinária local. Então, passei batido pelas panquecas de cebolinha. Vou adaptar a coisa aqui e ver no que dá. É possível conversar sobre política via web sem cair no discurso emocional e reducionista? Qualquer quantia me ajuda a ter…

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Debatendo política na Internet

[audio src="https://anchor.fm/s/4e33e304/podcast/play/28703865/https%3A%2F%2Fd3ctxlq1ktw2nl.cloudfront.net%2Fstaging%2F2021-2-11%2Fd14b46df-552c-dd6f-344e-6a169127c7ed.mp3"][/audio]

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